'quem sabe?'



a culpa é minha. eu é que espero demasiado dos outros. eu é que penso que eles são algo que não são. eu é que  crio ilusões e formulo ideias irreais acerca dos outros. eu serei sempre aquela que espera o melhor dos outros, que vê sempre o lado bom da mais mínima coisa, que imagina, que sonha demasiado, que tem uma ideia um tanto ou quanto errada sobre o carácter dos outros. eu é que, a partir de algo mínimo, começo a pensar no que pode resultar dali. e penso que pode ser real. engano-me sempre. nunca é real. é sempre mais do que mereço, e mais do que vou obter. nunca serei para os outros aquilo que eu penso que posso vir a ser, já que dou o meu melhor e nunca é suficiente. serei sempre menos do que esperam, menos do que pensam que sou. ás vezes, tento habituar-me á ideia. mas apesar de toda a insegurança que transpareço, há uma segurança bem forte dentro de mim, que me diz que mereço mais que isto. e por isso, não me contento. não me contento com meios-termos. ou é ou é não é. e prefiro que não seja, antes isso que ser isto. não ser quase, não quero ser meio, não quero ficar pela metade. quero mais, porque bem bem lá no fundo, sei que mereço mais. e se calhar, tudo isto que desejo é irreal também. se calhar são apenas pequenas frustrações, ou pequenos sonhos. se calhar, não é bem isto que eu quero. quem sabe? 

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